O blog do Leandro Alves

As pessoas são todas umas bisbilhoteiras.  Falam dos vizinhos, falam dos amigos pelas costas, espiam a vida dos outros.  O jornaleiro, o dono da padaria, o cobrador do ônibus, o marido da vizinha, o professor do colégio — ninguém escapa deste prazer humano de falar da vida dos outros.  Pode ser falar bem, mas também falar mal. Algumas pessoas são como eu, transformam tudo em crônicas.

Leandro Alves

Frases minhas que os outros adoram anotar

 

 

 

 

Frases minhas que os outros adoram anotar

Leandro Alves

De vez em quando, na mesa do bar, numa conversa entre amigos, costumo jogar umas frases que fazem rir. Alguns anotam, publicam com meu nome e tudo, outros simplesmente roubam, enfiam as crônicas ou contos. Tem amigo meu que adora pegar minhas frases e depois falar que é dele. Nesta coluna de hoje vou compilar aqui algumas: — “Estou com um sentimento de inadequação com o mundo.” — “O carnaval é uma época em que a gente vive da alma para fora.” — “As oportunidades da vida não querem saber se a gente está preparado para elas.” — “Moça bonita olha para gente como se estivesse passando o mundo em revista.” — “A televisão é uma máquina de produzir medo.” — “O pau duro é a declaração mais sincera que um homem pode fazer para uma mulher.” — “A vida é tão absurda quando a ficção.” — ” Ultimamente parece que a beleza saiu de moda.” — ” Os ricos morrem de inveja dos namorados pobres entrando naqueles motéis vagabundos de rua.” — “O amor mais duradouro do mundo é das mulheres feias.” — “As possibilidades de amor e de aventura não querem saber se você é tímido.” — “A maioria das amizades hoje é mais virtual do que real.” — ” Os piores poetas do mundo são também os mais vaidosos”. ” Edir Macedo é uma besta.” — “O dia novo começa mesmo é dentro da gente.” — “Há o momento certo da gente xingar e o momento da gente ficar de boa”.

 

Ilustração da crônica:   ‘Moça lendo uma carta à janela’, de Johannes Vermeer, 1657-59

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Foto: Gustavo Noronha

Leandro Alves
Muito prazer!

Mineiro, de Belo Horizonte, cronista, formado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, a PUC Minas.  Comecei a escrever crônicas postadas nas minhas redes sociais, muita gente gostou e eu continuei. Atualmente, cronista do jornal Porta Voz de Venda Nova. O jornal é impresso, mas esporadicamente também é distribuído online.

Participei do livro “Escrevendo com as emoções”, editora Leonella, sob a curadoria da escritora Márcia Denser.  De 2015 até maio de 2023, participei do Estúdio de Criação Literária, nos formatos presencial e online.

Depois de ler “O padeiro”, crônica de Rubem Braga, e “Flerte”, de Carlinhos de Oliveira, decidi que o que mais desejo fazer nada vida é ser cronista.

Acredito que todos nós, sem exceção, todo dia que saímos de casa, queiramos nós ou não, participamos de um grande filme mudo chamado vida e que tem sempre alguém bisbilhotando tudo o que a gente faz e falando da gente pelas costas. Neste caso, alguns são como eu e escrevem crônicas.  Muito prazer!

Curadoria Márcia Denser